É Assim que Acaba’: O Filme Faz Jus ao Livro?

É Assim que Acaba’: O Filme Faz Jus ao Livro?

Um dos lançamentos mais aguardados no mundo das românticas foi a adaptação do livro É Assim Que Acaba, escrito pela norte-americana Colleen Hoover.

A história é narrada em primeira pessoa pela querida Lily Bloom, que é introduzida em um cenário caótico: após perder o pai, ela encontra um momento de reflexão em um telhado aleatório em Boston. É lá que Lily conhece Ryle.

O romance se desenrola entre encontros inusitados e, embora comece com uma leveza típica de filmes de sessão da tarde, os desdobramentos logo surpreendem — especialmente para quem conseguiu escapar dos spoilers no TikTok.




A história aborda temas profundos, como relacionamentos tóxicos e violência contra a mulher.

Acompanhamos Lily em duas linhas do tempo: em seu diário, conhecemos sua versão adolescente convivendo com um lar marcado por violência, e, na vida adulta, sua própria experiência em um relacionamento abusivo.

O livro se desenrola em um curto período de tempo, com viagens ao passado e passagens rápidas que, adianto, o filme não conseguiu explorar tão bem. Mas vamos por partes.


O impacto do livro

Protagonizado por nossa eterna Serena van der Woodsen (Gossip Girl), Blake Lively, e pelo carismático (mas nada querido nesta história) Rafael Solano (Jane the Virgin), Justin Baldoni, o filme ganhou atenção logo no primeiro trailer.

A popularidade que a história já tinha por causa do TikTok disparou ainda mais. Fiquei 100% influenciada pelo trailer e corri para ler o livro antes da estreia do filme.

Confesso que não tinha afinidade com a escrita de Colleen Hoover, mas ao ler É Assim Que Acaba, fui completamente cativada. Li em poucos dias, revivi meu amor pela leitura e engatei em outros livros em seguida.

O que me prendeu foi a forma sutil — mas incisiva — com que o livro tratou o relacionamento de Lily. Não no sentido de amenizar os acontecimentos, mas de te fazer sentir a complexidade da situação.

Lily é apresentada como uma mulher forte e independente, totalmente avessa à violência por causa de suas lembranças de infância. No entanto, ela vai se envolvendo em um amor que contradiz tudo aquilo que ela acredita.

Essa construção foi impactante. Em vários momentos, me identifiquei com Lily, senti empatia por ela e entendi o que a levava a tomar certas decisões.

O livro é sutil, mas devastador. Minha experiência foi de devorar cada página, torcendo para que Lily tivesse o final que merecia — um final que todas as mulheres merecem. Quando terminei, senti que havia aprendido algo novo, que antes eu não era capaz de compreender.

Resumindo, o que mais me marcou na leitura foi a empatia. A história me fez mergulhar em uma realidade complexa, mas muito necessária de ser abordada.


E o filme?

Se você acompanha as redes sociais, provavelmente ouviu falar do climão entre os atores principais. Não vou me aprofundar nisso, porque é difícil saber até onde os rumores são verdadeiros.

O que posso dizer com certeza é que, para mim, o filme não conseguiu transmitir a mensagem principal do livro. Embora muitas cenas sejam fiéis, o impacto emocional — estar no lugar de uma mulher que sofre violência — foi diluído.

Atuações

Blake Lively não conseguiu transmitir a garra, a personalidade e a intensidade de Lily Bloom. No livro, Lily é uma mulher cheia de convicções, especialmente em relação ao que não quer para si em um relacionamento.

Quando ela percebe que está vivendo o mesmo ciclo de violência que presenciou na infância, isso é central para nos conectarmos com ela. No filme, Lily parece uma versão muito mais amena, quase apática em momentos cruciais.

Por outro lado, Ryle foi retratado de maneira exagerada. No livro, ele é o típico homem encantador — um traço comum em agressores —, mas no filme, essa faceta mal aparece.

Em vez disso, ele é quase caricatural, não gerando nem o fascínio inicial nem o temor necessários para a história.

Fidelidade ao Livro

Os coadjuvantes, que são cativantes no livro, foram reduzidos a papéis rasos no filme. Suas interações soam forçadas e apressadas. As passagens de tempo, que já eram rápidas na narrativa escrita, ficaram confusas na adaptação.

Cenografia e Estética

Apesar de ter um visual moderno e uma trilha sonora agradável, o filme tentou ser leve demais. É Assim Que Acaba não é sobre uma história de amor — é sobre superação, trauma e escolhas difíceis. Ao tentar romantizar a trama, o filme perdeu a essência.

A cena após o nascimento de Emerson, uma das mais emocionantes do livro, foi mal conduzida. Ao invés de um momento tocante, parecia que a atriz estava contando uma piada.


Conclusão

Acho que o filme, apesar de algumas cenas fiéis, realmente buscou agradar mais à audiência romântica e não conseguiu dar o peso necessário à mensagem central da história.

A tensão emocional, a violência e as questões difíceis da trama ficaram um pouco diluídas.

Sou uma grande fã da história de Lily Bloom, e minha decepção com a adaptação vem justamente dessa admiração.

Apesar disso, acredito que é importante assistir ao filme e tirar suas próprias conclusões. Leia o livro, caso ainda não tenha lido — ele traz uma profundidade que faltou na adaptação.

E você, o que achou? Quero muito saber sua experiência com o livro e o filme! Vamos trocar percepções sobre essa história tão marcante.

Até a próxima! 😊



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